Palavras de Alento

29 de dez. de 2011

Encaixotando 2011

Foi um ano complicado: Tenso. Penoso. Sofrido. Duro. Um ano de aprendizagens que ficarão pro resto da vida. Um ano de perdas irreparáveis, nas quais tive que buscar forças sei lá aonde para apoiar quem necessitava mais do que eu. Em alguns momentos esqueci de mim, de minha dor, e fui doar meu ombro a quem precisou de meu apoio, de minha maldita experiência com a Dona Morte.
Perdi um tesouro precioso, que passou 36 anos alegrando meus dias. Ainda estou aprendendo a viver sem ele, mas hoje tenho a consciência de que ele continua vivo em outro plano e que um dia certamente receberei de novo seu abraço, quando for a minha hora de partir.
2011 foi um ano padrasto. Mas a gente aprende e cresce com as dificuldades. Sempre foi assim comigo. Acredito que isso tudo fez nascer em mim uma vontade enorme de ser uma pessoa melhor, de ajudar quem precisa, de estar presente na vida daqueles a quem amo, de ser mais paciente, mais tolerante, mais compreensiva, mais companheira, enfim, mais humana.
Não escrevi a famosa lista com "resoluções de ano novo", como costumeiramente o fazia. Não tenho expectativas para 2012. Quero apenas ter saúde e ver aqueles a quem amo saudáveis e felizes. Quero fazê-los felizes, me fazer presente e espalhar alegria e o amor que sinto, porque o amor é pra ser compartilhado, é pra transbordar.
Mas não vou ficar apenas reclamando, sou grata por ter conseguido escrever minha monografia e concluir minha segunda Especialização. Foi difícil, foi no meio do processo, mas deu tudo certo.
Agradeço a Deus por ter me tornado uma pessoa mais forte com as vivências do ano que se finda. Agradeço pela vida e pela saúde do meu pequeno, da minha mãe, da minha irmã, do meu sobrinho e de todos os familiares que como eu, ficaram desolados com a perda de Crístian.
Agradeço aos amigos queridos pela força, pela presença, em especial a Toni e Mel (minha alma gêmea se dividiu em três, fazer o quê...). E a Luiz Paulo, simplesmente por ter insistido em ficar, mesmo quando eu achava que não queria. Fez uma diferença enorme, eu nem sabia o quanto precisava. A gente ainda tem muita coisa pra viver, meu bem! Peço para o bom Deus nos conceder a graça de ter o nosso filhinho (que não pôde vir dessa vez), e que fortaleça nosso amor e nossa fé!

Um abraço fraterno a todos, carregado de energia positiva.

Vou receber 2012 assim, de braços abertos, na esperança de dias melhores.

24 de dez. de 2011

Cadê Meu Feliz Natal?


Eu sempre adorei o Natal. Comigo não tinha essa história de cultivar tristeza e introspecção. Eu ansiava por estar com a minha família, trocar presentes com os amigos e devorar todas as delícias da ceia sem culpa nenhuma.
O Natal era uma farra e se tivesse criança por perto, pra perpetuar a lenda do bom velhinho, tanto melhor. Pelo menos nisso eu não deixei de acreditar: que a alegria do Natal são as crianças.
Mas há algum tempo meus Natais vem perdendo o encanto. Já não consigo juntar a família, nem juntar-me a ela. E acabei me acostumando a passar essa data tão importante longe dos meus.
No ano passado meu irmão já estava doente, mas não pudemos passar a noite de Natal juntos. Esse ano estamos sem ele, e pra completar, meu menino passará a noite do dia 24 na casa de seu genitor. 
Vida de mãe separada não é fácil. E como não dá pra repartir um filho ao meio, imaginem como está o meu coraçãozinho...
Com as coisas fugindo do controle desse jeito, o Natal passa a ter outro significado e o valor da família toma uma dimensão ainda maior.
Por isso desejo a todos uma noite linda, cercada pelo carinho e amor de seus familiares e amigos. E não nos esqueçamos de que Jesus nasceu nessa data, trazendo ao mundo o maior exemplo de amor e fraternidade que já existiu.
Feliz Natal pra todos!

21 de dez. de 2011

De Férias

Estou pra lá de feliz e relaxadíssima. Minhas mais que merecidas férias chegaram e a estação mais esperada do ano,o verão, chega hoje, embora em Salvador ele dure mais tempo do que no resto do Brasil.
Já dei cabo da infindável lista de presentes e agora o que mais quero é me entregar ao astro rei, e esquecer do relógio.


Um beijo a todos, aproveitem o verão e caprichem no protetor solar!

17 de dez. de 2011

A história secreta da Mulher Só e do Homem Sem Tempo

Capítulo XXXIII

Ela se fora ao amanhecer, levando consigo a sensação de que havia sido a última vez. Preferiu deixá-lo dormindo, a ter que vê-lo partir outra vez. Mas se fosse mesmo a última vez, não haveria porque arrepender-se, teria trocado a eternidade por aquela noite. 
A Mulher Só chegou ao bar do Hotel Arts antes das oito. No balcão, pediu um gim tônica. Tomou três e depois dirigiu-se, meio cambaleante, ao saguão do hotel. O Homem Sem Tempo havia acabado de descer e trazia uma rosa vermelha nas mãos. Seus olhos não acreditaram quando pousaram sobre aquela mulher cuja boca e sapatos tinham a mesma cor da rosa que ele segurava. 
Ela estava estonteante. Era a visão do paraíso e ele desejou morrer ali, emaranhado naqueles cabelos revoltos, enlaçado por seus braços, ou pelas pernas longilíneas à mostra, sobre saltos que lhe pareciam impossíveis de se equilibrar. Nunca a vira ou a imaginara daquele jeito. Seu coração acelerava à medida em que ela avançava em sua direção. Parecia outra mulher. Ou era outra pessoa, ou estava possuída. Aproximou-se dele e nada disse, apenas respirava ofegante, fazendo o peito, preso num decote assustador, subir e descer, deixando-o ainda mais enlouquecido. E ele não conseguia tirar os olhos daquela boca incandescente. Beijaram-se de forma alucinada. E subiram sem trocar uma palavra. 
Mais tarde desceram para jantar, conversaram, beberam vinho e riram muito de seus desencontros. Ela estava feliz. Era a noite do Dia dos Namorados e ele estava ali. O que mais poderia querer? A vida toda? A vida toda seria muito tempo. Ela sabia que não merecia tanto. 
Subiram novamente, se amaram mais uma vez e a última coisa de que se lembrava era do som da sua própria risada e dos carinhos dele em seu rosto antes de adormecer. 

To be Continued

13 de dez. de 2011

Bentices

Chamei-o para assinar os cartões dos presentes de Natal e ele veio empolgadíssimo. Escreveu apenas o seu nome no cartão da avó e da tia, até que eu entreguei-lhe mais um:
- Esse é o de César.
Ele parou e disse arregalando os olhos:
- Mas mãe, eu ainda não sei fazer o "C"!
                                           ***
- Mãe, as pessoas que não têm filhos, têm que pedir à papai do céu!
- E será que Ele vai dar, meu filho?
Pensativo:
- Não sei... - acho que só vai dar a alguns, os que forem educados.
                                           ***
No último dia de aula, voltou da escola com essa:
- Mamãe, eu vou mudar pro "gupo quato" e vou ter outra "pofessora".
- Hummm, que ótimo!
- Mas eu vou continuar com a mesma mamãe e o mesmo papai!
                                             ***
Após "ler" o livro O casamento do Pato, perguntou:
- Mãe, você já se casou com meu pai?
                                             ***
Ele disse que me amava e eu resolvi instigar.
- E você sabe o que é amor?
- Amor é quando se abraça e depois se casa.

5 de dez. de 2011

Tá Na Moda (?)


Eu ando um pouco intrigada com algumas coisas que vejo as pessoas usando por aí. Algumas peças eu chego a jurar que nunca vou usar, mas no dia a dia é tão comum ver o desfile de horrores, que chego a me perguntar se sou eu que estou errada.

Top Fluorescente por baixo de blusa branca. Campeão entre as minhas alunas.

As celebridades deixam-se fotografar usando essa peça de extremo mau gosto, e minhas meninas imitam-nas imediatamente. Eu não encaro!


Vejo muito nos pezinhos infantis e acho fofinho. Mas adulto usando isso, só se for turista estrangeiro sem noção! Deve causar um chulé...


Calça xadrez saruel. Junção de coisas feias. E agora ainda inventaram a versão masculina desse troço.

Ontem vi uma criatura andando sob o sol escaldante com uma meia dessas...

E vocês, o que acham disso?

2 de dez. de 2011

Cara de Durão, Coração de Melão

O primeiro emprego de Crístian aqui em Salvador foi numa agência de publicidade, que além de remunerar mal, ainda atrasava o salário. Embora trabalhasse na criação, acabou ficando amigo do boy da empresa. Costumavam almoçar juntos. Todos os dias ele chegava em casa com uma história nova sobre esse rapaz, que encarnava a própria figura do office-boy daquela musiquinha enjoada dos anos 80, porque se dava mal em tudo. 
Não cheguei a conhecer o rapaz, e ainda por cima, esqueci seu nome, mas lembro de muitas histórias tragicômicas dele, narradas com  a expressividade e o riso marcante de meu irmão. O cara morava sozinho num cubículo, mal tinha dinheiro pra pagar o aluguel e vez por outra Crístian levava almoço para ele.
Um dia chegou me contando que o amigo havia engravidado a namorada. Eu fiquei preocupadíssima. Como alguém que mal se sustentava poderia colocar um filho no mundo? Semanas depois outra bomba: Gravidez gemelar!
Eu quase caí pra trás, com pena daquelas pobres crianças e Crístian soltava seu riso largo, como se não se importasse com o infortúnio do cara. Eu lhe pedi que não risse, porque a situação era séria, e ele me veio com essa pérola:
- Ele disse que vai registrar com os nomes "Deivson e Pâmela"! 
Aí até eu ri (poderia haver destino pior do que esses nomes???).
Tempos depois chega em casa a fatura do meu cartão de crédito, o qual eu havia presenteado Crístian com um cartão adicional. Na listagem, a conta de uma loja de artigos para bebês. Questionei-o a respeito e ele me disse que havia comprado para os filhinhos do amigo, que ainda não tinham enxoval. 
- Mas não se preocupe, assim que receber ele vai pagar!
Nunca vi a cor daquele dinheiro, não conheci os gêmeos, nem seus pais. Mas ficou a certeza de que meu irmão, apesar de tentar se fazer de durão, tinha um coração enorme.

Saudades de nossas histórias, nossa conversas, nossa cumplicidade... saudade boa, Amor, sem tristeza, porque como diz aquela música do Biquíni Cavadão: "o amor vai sempre ser amor, em qualquer lugar".
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