Palavras de Alento

27 de out. de 2011

(O bom e velho) Rock (de) Brasília

Ontem assisti à película Rock Brasília, um documetário de Vladimir Carvalho, produzido a partir de depoimentos e imagens reais da época em que alguns garotos da capital federal começaram a fazer som e adentraram o cenário musical brasileira.
Melodias ferozes e letras altamente politizadas, motivadas pelos protestos que mobilizavam os jovens no final dos anos 70 e início dos anos 80 marcaram a época e influenciaram toda uma geração. O diretor focaliza a trajetória das três bandas principais da capital do país: Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. Os próprios integrantes contam suas histórias, encontros e dificuldades pelas quais passaram até "estourarem nas paradas de sucesso".
Pra mim, que vivi a efervescência dos meus anos de adolescente embalada por essas músicas, foi fantástico, como se eu revivesse os shows da Legião, compartilhados com amigos queridos e com meu saudoso irmão, companheiro desses anos de rebeldia, festas e porres. Aquelas músicas marcaram nossas vidas e, assim como as ideologias, nos ajudavam a amenizar as dores e incertezas da idade, ao mesmo tempo em que reafirmavam o valor da amizade.
Um tempo que não foi perdido e que (infelizmente) não tem volta.

22 de out. de 2011

Filho(s) - Ou Impressões, Memórias e Desventuras da Maternidade

Sempre compactuei da teoria que propaga a superpopulação mundial. No mundo há gente demais e por isso, cada casal deveria ter apenas um filho. É sério, os chineses inclusive já fazem isso há um tempão: quem quer ter um segundo filho, na China, tem que pagar multa!
O meu discurso não é vazio. Pensemos no planeta Terra, já tão castigado pelas ações humanas. O homem consome exageradamente, desmata florestas, polui o ar, produz lixo e procria em nome do seu bem estar, do seu egoísmo. Um dia isso ainda vai nos colocar em maus lençóis. Há previsões de escassez de água num futuro próximo. Também de rodízio de carros nas grandes cidades, aumento da criminalidade, aquecimento global, fome... as perspectivas não são nada animadoras. Quem quer colocar um filho num mundo como esse?
Mas apesar de já pensar nessas coisas quando engravidei, eu me realizei totalmente com o menino Bento. Apesar de ter engavetado alguns projetos pessoais, incompatíveis com a maternidade, o fiz de bom grado, porque estava realizando um sonho. Ele era (e é) muito mais do que eu esperava ou achava que merecia.
Abrir mão é uma marca registrada das mães. Abre-se mão das baladas no sábado, do corpinho sarado, do sono tranquilo por uma noite inteira, dos estudos. Eu abri mão de coisas pelas quais tive que batalhar pra conseguir novamente e segui firme no meu propósito de não contribuir mais para o aumento das taxas populacionais.
Segui? Seguia. Plano B na área, porque na prática, a teoria é bem diferente! Em abril, se tudo correr dentro do previsto, Chris estará chegando.

(Mandem boas vibrações pra nós!!!)

Nota da autora:
Como muitos sabem, as coisas não saíram como prevíamos e hoje completa um mês que essa vida nos foi tirada; compartilho agora com os leitores do meu blog, esse texto que escrevi em 05/09/2011, e pelas razões que a própria razão desconhece, acabei não publicando. 

17 de out. de 2011

A história secreta da Mulher Só e do Homem Sem Tempo

Capítulo XXXI 

Estava com dificuldades para traduzir alguns trechos de um livro importantíssimo para sua pesquisa e por isso cogitou solicitar a ajuda do seu amigo DJ Catalão. Telefonou-lhe, meio sem jeito, pois há algum tempo não se falavam. Ele atendeu com a alegria e disposição de sempre, prometendo ajudá-la, desde que aceitasse tomar um chopp com ele. Tudo na vida tem seu preço, pensou. Em compensação, seria bom sair pra arejar as ideias depois de dias debruçada sobre aquele trabalho. Marcaram num sábado à tarde, num café próximo à casa dela. 
Após revisarem a parte do livro que a interessava e somente depois de todas as anotações terem sido feitas, a Mulher Só aceitou tomar o seu primeiro chopp. O DJ Catalão já havia tomado uns seis, e ela rogava a Deus para que a tradução feita por ele estivesse fiel. Depois do primeiro gole, relaxou. Conversaram animadamente e mesmo tentando se esquivar das investidas daquele lindo rapaz o qual ela queria apenas a amizade e algumas aulas de um idioma difícil, conseguiu divertir-se e sentir-se menos tensa. Passara a semana contando as horas para finalizar aquela parte de sua pesquisa, pois acreditava que dali a alguns dias estaria explodindo de felicidade, nos braços de seu amado. 
Pouco antes das sete horas seu celular tocou. Era ele. Pediu licença ao amigo e afastou-se da mesa onde estavam, permanecendo de pé, próximo à saída. 
O DJ Catalão a observava enquanto falava. Não entendia quase nada de português, e ainda menos de leitura labial, mas viu surgir no semblante dela uma expressão de desalento. O sorriso que brotara no rosto ao atender o aparelho desapareceu por completo quando ouviu o Homem Sem Tempo dizer-lhe que não poderia viajar nos próximos dias. Antes que ele prolongasse a conversa e lhe prometesse uma nova tentativa de reencontro, ela cortou-o. Estava cansada de recusas. 
Desligou o celular e voltou à mesa, tentando não aparentar a tristeza e decepção que a dominaram. Sentou-se e pegou a taça de chopp que seu amigo lhe oferecera. 
- No et preocupis, estimada. La tristesa no li convé! 
Apesar de sentir-se destruída por dentro, sorriu-lhe e brindaram. Seu amigo não merecia seu mau humor e o Homem Sem Tempo não merecia que ela deixasse de tentar ser feliz. A noite caiu e após algumas taças e muitos brindes, passou a ver de outra forma o azul daqueles olhos brilhantes que estavam à sua frente.

To Be Continued

11 de out. de 2011

Dia de Alegria

Porque viver cercada por crianças foi uma escolha.


Que Nossa Senhora Aparecida proteja a todas elas!

5 de out. de 2011

Greve(s)

140 milhões de correspondências deixaram de ser entregues. Dentre elas a fatura do meu cartão de crédito, o boleto do meu plano de saúde e do seguro do carro, as contas de telefone, internet e um livro que eu comprei on line. Por sorte algumas coisas estão programadas para serem debitadas automaticamente, porque pra completar, os bancários também decidiram mobilizar-se e estão em greve há nove dias.
Nada contra greves, por exemplo adoro quando a TransSalvador entra em greve. Respeito o direito de greve dos trabalhadores, mas... desde que não atrapalhe a vida da gente, claro! Por acaso algum dos nossos credores vai nos isentar das multas e juros pelos atrasos e contratempos? Não. Cada um de nós vai ter que se virar pra conseguir pagar tudo, provavelmente passar momentos insuportáveis ao telefone, tentando obter a numeração do códigos de barras, ou, com sorte, encontrar tudo no site do seu cartão de crédito.
Enfim, entre mortos e feridos, salvam-se todos. Parece-me que o sindicato e a direção dos correios estão chegando a um acordo. Um dos pontos de conflito é sobre o desconto dos dias parados. Por aqui, quando nossa categoria decide paralisar as atividades já se sabe que findo o período da greve, iniciamos a reposição dos dias letivos. Justo. Injusto na visão dos alunos, que precisam vir à escola aos sábados. E eles quase não vêm. Ninguém gosta, mas o movimento é necessário, afinal, quem não chora, não mama.

(E eu, que mesmo sabendo que a greve continuava, checava a caixa de correio todo dia... babaca!)

2 de out. de 2011

Tiozão (ou Titio Dão)

Hoje estaremos reunidos, comemorando o primeiro aninho de Guelé. Guelé é como carinhosamente chamamos o pequeno Miguel, filho mais novo de meu querido primo-irmão Lory e de sua amada Camila.
Crístian viu Miguel nascer, embora não tivesse tido a chance de conviver com ele como o fez com Bento, João e demais crianças da quinta geração da nossa família. 
Lá se vão sete longos meses desde a sua partida e ainda sentimos muito a sua ausência, mas hoje não é dia de tristeza, não é dia de chorar. Sentiremos saudades sempre, pois nada pode substituir sua presença forte entre nós. Mas o trazemos em nossos corações, então vamos comer nosso caruru e cantar parabéns pra Guelé como titio Dão faria se ainda estivesse aqui conosco.

Muitos anos de vida e saúde para Miguel!


Pra ilustrar o post eu escolhi essa foto de Crístian carregando Bento e João (irmão de Miguel), quando os dois tinham apenas 8 meses. Ele amava profundamente essas crianças e costumava divertir-se muito com os pequenos.
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