Capítulo XVIII
A primavera estava chegando. No mês de março já não fazia tanto frio em Barcelona, assim a Mulher Só podia voltar a caminhar na praia de vez em quando. Estar diante do mar era como estar mais próxima de casa. Olhar a linha do horizonte trazia-lhe uma vontade enorme de atravessar o oceano e rever seus amores: Seu pai, sua irmã, e ele, o Homem Sem Tempo.
Ele tentou marcar um novo encontro, após tomar ciência de que ela nutrira uma centelha de paixão por ele. Disse que, no passado, a observava de longe e a admirava, mas continha-se por se tratar de uma mulher tão séria, e casada.
O que ele faria se soubesse da real proporção desse sentimento? Como reagiria ao saber que ela resolvera sair do país para tentar ficar longe dele, e ainda assim não conseguia esquecê-lo? Agora ela acreditava que ele não ficaria indiferente, haja vista ele ter demonstrado interesse, após a sua confissão.
Porém, agora, além do peso que lhe causava saber que ele era um homem comprometido, uma enorme distância geográfica os separava, e ele sequer sabia disso. Ainda não chegara o momento de revelar-lhe que se encontrava em outro continente.
Chegara em casa mais tarde do que de costume naquele dia. A Garota Francesa estava na sala, com seu amigo, o DJ Catalão. Ele abriu um sorriso iluminado quando a viu, tentou puxar assunto e ofereceu-se, mais uma vez, para ajudá-la com o idioma. Ela sorriu timidamente, agradeceu e foi para o quarto. Ele parecia ser uma boa pessoa e não escondia o interesse que tinha pela Mulher Só, mas ela não podia, nem queria dar-lhe esperanças.
Definitivamente, seu coração já tinha dono.
To be Continued