Certa vez recebi um
texto por e-mail (cuja autoria é atribuída a Luís Fernando Veríssimo), que falava sobre "a pessoa errada". Ele criticava essa mania que quase todos nós temos de esperar pela
pessoa certa pra alcançar a felicidade, e explicava que deveríamos aproveitar as "pessoas erradas" que encontramos pelo caminho, e não desperdiçar a chance de ser feliz (ou de se divertir um pouco) por causa de uma ideia fixa de encontrar a perfeição num determinado ser, projetado pelos nossos sonhos.
E eu não consigo parar de pensar nisso agora, porque achei, aos 26 anos, que tinha encontrado essa tal pessoa certa, e já estava tudo acertado, para todo o sempre. A maioria de vocês sabe que eu acabei por descobrir, quase dez anos depois, que estava equivocada.
Então passei a levar muito a sério essa teoria de Luís Fernando Veríssimo (será que foi ele mesmo?). E caprichei na fase de diversão com pessoas erradas. Com o tempo fui percebendo que também não daria muito certo. E agora estou confusa.
Às vezes até o universo parece conspirar contra. Encontrar a pessoa certa, no lugar certo, na hora errada, é sofrimento garantido. Encontrar a pessoa errada, na hora certa, no lugar certo, é muita sorte dela(e). Pior ainda, a pessoa errada, na hora errada, no lugar errado (divirta-se ou fuja rápido).
Só sei que a hora certa chegou, e o lugar certo é esse. Mas falta-me, agora, discernimento pra saber quem é a pessoa certa, e quem é a pessoa errada.