O relógio marcava exatamente onze horas. Ela não precisaria de mais do que vinte minutos para chegar ao restaurante onde havia marcado o almoço com o Homem Sem Tempo. Contudo, não encontrava coragem para sair de casa. Aceitara o convite num ímpeto, num momento onde não tivera tempo para pensar, mas no fundo sabia que não deveria sair para encontrar-se com um homem casado.
Por outro lado, precisava certificar-se de que ele havia realmente se casado, queria ouvir dele, ter a certeza, embora seu destino estivesse selado, e agora nada a faria desistir da ideia de viajar e concluir seus estudos fora do país.
Pegou o telefone e ligou para ele.
- Desculpe, mas não poderei almoçar contigo, surgiram alguns imprevistos e achei melhor deixar nosso encontro pra outra ocasião – falou, com um aperto no peito, torcendo pra que ele não insistisse, pois seria perfeitamente capaz de voltar atrás.
- É uma pena, – havia um desapontamento evidente no seu tom de voz – gostaria muito de dar-lhe um abraço antes que findasse esse ano.
- Quem sabe esse abraço não sela o início do novo ano...? – ela bem que gostaria de acreditar naquelas palavras, mas estava decidida a não vê-lo nunca mais.
- Ligo pra você em janeiro, então.
-Ok.- Foi o que conseguiu dizer, antes de desligar o telefone e sentir ódio de si mesma.
To be continued