Eu fico triste quando chega o carnaval...”
Dizem que na Bahia, as coisas só começam depois do carnaval. Isso é fato, e confesso que já andei rezando pra folia de Momo passar rapidinho.
Houve uma época em que o carnaval pra mim era uma tortura. Como eu era totalmente rock’n roll, queria mais era sair da cidade, pois não suportava as músicas, as dancinhas, os modismos e o povo louco e suado querendo beijar a qualquer custo. Um saco!!!
Carnaval é festa pra solteiro. Isso também é fato. Quem tem namorado, nessa época do ano, sempre se ferra. Ou entra na paranóia de vigiar a figura durante as 24hs (se o ninja não desaparecer misteriosamente dias antes da folia), ou relaxa e leva chifre.
Qualquer uma das alternativas é humilhante. Talvez a primeira seja ainda mais.
Na verdade nunca concordei com o fato de as pessoas passarem o ano inteiro ansiosas pela chegada dessa festa, como crianças à espera do Natal (claro que com intenções bem diferentes...). Essas pessoas acreditam que durante o reinado de Momo, por estarem escondidas atrás de máscaras, abadás e turbantes, tudo é permitido. Aos homens cabe encher a cara e transformar-se no maior dos sedutores. Às moçoilas, liberar geral e beijar tantos quantos o percurso na avenida permitir. Um exagero!
Também acho o carnaval muito longo. Sete dias pulando atrás de um trio elétrico, é pra deixar qualquer um exaurido. Eu me canso só em ver pela TV. Além disso, haja dinheiro, porque o carnaval se tornou uma coisa cara. Um bloco, ou um camarote chega a custar, por apenas um dia, mais de um salário mínimo. O povo perdeu a noção do valor das coisas, só pode ser. Imagine se eu vou trabalhar como uma condenada, cumprir direitinho o meu papel social, para em fevereiro engordar a conta bancária desses milionários cantores de Lê Lê Lê. Tô fora! Não tem All Inclusive que me convença.