Palavras de Alento

11 de fev. de 2010

Crônica Carnavalesca

“Carnaval, carnaval,
Eu fico triste quando chega o carnaval...”

Dizem que na Bahia, as coisas só começam depois do carnaval. Isso é fato, e confesso que já andei rezando pra folia de Momo passar rapidinho.
Houve uma época em que o carnaval pra mim era uma tortura. Como eu era totalmente rock’n roll, queria mais era sair da cidade, pois não suportava as músicas, as dancinhas, os modismos e o povo louco e suado querendo beijar a qualquer custo. Um saco!!!
Carnaval é festa pra solteiro. Isso também é fato. Quem tem namorado, nessa época do ano, sempre se ferra. Ou entra na paranóia de vigiar a figura durante as 24hs (se o ninja não desaparecer misteriosamente dias antes da folia), ou relaxa e leva chifre.
Qualquer uma das alternativas é humilhante. Talvez a primeira seja ainda mais.

Na verdade nunca concordei com o fato de as pessoas passarem o ano inteiro ansiosas pela chegada dessa festa, como crianças à espera do Natal (claro que com intenções bem diferentes...). Essas pessoas acreditam que durante o reinado de Momo, por estarem escondidas atrás de máscaras, abadás e turbantes, tudo é permitido. Aos homens cabe encher a cara e transformar-se no maior dos sedutores. Às moçoilas, liberar geral e beijar tantos quantos o percurso na avenida permitir. Um exagero!

Outra justificativa para o repúdio que sinto por essa semana festiva, se dá pelo fato de ter morado por muitos anos nos circuitos da folia. Eu via (e ainda vejo) meu direito de ir e vir cerceado pela modificação do trânsito, meu espaço invadido pelo barulho infernal, ambulantes acampando com suas famílias nos passeios, os muros se transformando em banheiros a céu aberto, enfim, a lista é grande... Não dá pra ser feliz assim, né?

Também acho o carnaval muito longo. Sete dias pulando atrás de um trio elétrico, é pra deixar qualquer um exaurido. Eu me canso só em ver pela TV. Além disso, haja dinheiro, porque o carnaval se tornou uma coisa cara. Um bloco, ou um camarote chega a custar, por apenas um dia, mais de um salário mínimo. O povo perdeu a noção do valor das coisas, só pode ser. Imagine se eu vou trabalhar como uma condenada, cumprir direitinho o meu papel social, para em fevereiro engordar a conta bancária desses milionários cantores de Lê Lê Lê. Tô fora! Não tem All Inclusive que me convença.

Vou confessar: Tudo que eu queria nesse carnaval era acabar com as férias do meu coração e viajar pra uma praia bem calminha, com alguém mais que especial. Talvez de lá víssemos o povo louco e suado se acabando de pular. Pela TV, é claro!

4 Recadinhos

Dexter

comentou...

Por dupla sorte, eu moro longe do circuito mas trabalho perto. Ou seja, to de folga desde quarta ao meio dia e só volto na quinta depois do carnaval.
Já pulei muito a alguns anos atrás, mas acho que já perdi meu "swing baiano" já faz tempo...

Bjs.

11 de fevereiro de 2010 às 17:58
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A Viajante

comentou...

Ah...que bom que para tudo existem sempre os dois lados, ou muitos pontos de vista diferentes...
Na quarta-feira parte desse seu imaginário estava presente. Até meu carro serviu de vaso sanitário!
Mas nos divertimos muito..quanto aos (muitos) beijos ou 'vasculhos' entre os solteiros...risos...mudemos de assunto! Fevereiro eu sou... não há como eu negar o meu amor por essa festa!

11 de fevereiro de 2010 às 23:25
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Emília Simões

comentou...

O binóculo (ele, elas, traição, suspeita, vigia, chifre...)
cadê a felicidade?

13 de fevereiro de 2010 às 07:57
Responder
Anônimo

comentou...

eu gosto mais do carnaval hj em dia,do q antiggamente, antigamente nao ligava mt

13 de fevereiro de 2010 às 17:50
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