Eram idealistas. O interesse por uma causa maior os ligava, e por isso a admiração recíproca surgiu de imediato. Os assuntos de interesse coletivo fluíam tranquilamente, porém quando seus olhares se encontravam, tímidos, eram desviados.
Não haviam se dado conta de que uma centelha de paixão estava por surgir.
Mas a Mulher Só não podia se expor. E nem ele queria constrangê-la. Se acautelaram, e desconhecendo os sentimentos um do outro acabaram por não se denunciar, nem se declarar. Diante das barreiras impostas, não se permitiram, e assim seus lábios nunca se tocaram.
Tempos depois o ideal comum se perdeu e suas vidas tomaram rumos opostos. Passaram anos sem se ver e sem notícias, até que seus destinos voltassem a se cruzar.
Agora ele se tornara o Homem Sem Tempo e ela finalmente estava Só.
Destino cruel esse que revira a vida das pessoas e as leva de volta ao mesmo lugar, em posições opostas.
Agora o Homem Sem Tempo estava condenado por suas escolhas, e a única coisa que a Mulher Só podia fazer era esperar.
To be continued...