Foram duas situações marcantes. A perda (de alguém, de algo, de um sonho, uma ilusão, não sei ao certo) e a chegada de meu filho. Pra complicar ainda mais a história, ambas aconteceram concomitantemente.
Por um lado, perdi as ilusões e aprendi, na prática, que o amor não dura pra sempre, que quando a paixão acaba as máscaras caem e você passa a enxergar o que há de pior num ser humano que pensou amar um dia. Em contrapartida a tudo isso, vivia uma experiência linda e inexplicável, que é a maternidade. Conheci o amor em sua forma mais pura e verdadeira. Um sentimento que colocava (e coloca ainda) qualquer outro no chinelo.
Mas por quê sofrer por amor, se o amor estava ali em meus braços? Por que amar alguém que não me dava mais importância, se eu era a pessoa mais importante para aquele serzinho que era a personificação do amor? As respostas vieram em pouco tempo e saíram de dentro de mim.
E assim, o processo de cicatrização se deu forçosamente. Eu não podia me dar ao luxo de ter um coração (e a cabeça, muito menos) doente, já que havia alguém precisando tanto desse meu amor, que havia sido rejeitado.
Hoje vejo esse sentimento de uma forma totalmente diferente. Amor é o que eu sinto por Bento, o resto é fichinha. Sem querer desmerecer ninguém, pois antes de ser mãe, o maior amor que eu senti, foi por meus irmãos (um só diamante, né, Jea?) e por aquele que me deixou no chão. Comparado ao que sinto por meu filho, o amor homemXmulher nem existe.
Ah, preciso confessar que depois de tudo que passei, revesti-me com uma capa inoxidável, (quase) impenetrável. Pensei que estivesse aberta a um novo amor, mas constatei (tristemente) que não. A armadura invisível permite apenas que uma ou outra paixão se instale, mas nada se aprofunde.
Sinto muito por mim mesma. Poderia estar vivendo situações maravilhosas novamente. Mas não posso forçar nada, tenho que respeitar minha natureza, e me aceitar.
Só o tempo mesmo...
“Ainda vai levar um tempo, pra fechar o que feriu por dentro...”