Acabei de ler um texto no blog da minha amiga Viajante, e ela, pra variar, me inspirando. Escreveu sobre seu anseio pelas férias, pelo descanso, por estar com a família e saborear sem pressa a vida simples que leva quando está junto a eles. Adorei o texto, sobretudo porque revela parte de um sentimento que cada dia cresce mais em mim: a urgência da simplicidade.
Ando cansada da vida agitada, e olhe que, há tempos, deixei pra traz aquilo que poderia estar complicando ainda mais a minha vida. Exemplo: relacionamentos (amorosos ou não) com pessoas complicadas, vida acadêmica, emprego no setor privado e solteirice. Acho que se ainda estivesse vivendo dentro dessa lógica, as coisas estariam bem mais difíceis.
Descobri que quero, que preciso, levar uma vida simples. Sempre quis descomplicar a vida, mas agora isso se tornou uma urgência. Perdi a tolerância para a competitividade, diminui meu nível de ambição, aprendi a silenciar e aos poucos venho desacelerando.
Crise dos 40? Talvez. A idade não me pesa, do contrário, me traz essa leveza de querer ser e viver de forma simples. A agitação da cidade tem cheiro de segunda a sexta. Finais de semana combinam com o aconchego do lar, comidinha caseira, maridinho, filho brincando e uma vontade enorme de encher a casa de crianças. Seria tarde?
Ao me olhar no espelho tenho gostado do meu rosto com ares de senhora. Já não há mais uma menina lá. O brilho suave nos olhos e o sorriso sedutor de outrora deram lugar a algo que beira a serenidade. Ainda não sei bem o que é. Um misto de saudade do que se foi e desejo de que tudo dê certo. Carrego no semblante experiências que me lembram que, apesar da aparência teimar em não revelar, eu tenho 40 anos de vida. E pra viver mais 40, preciso ser simples.
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Imagem retirada do Facebook. |