- Boa noite, minha querida, tudo bem?
Era a mensagem dele na caixa de texto do site de bate papo. Sim, ela pensou, melhor impossível. Trazia no rosto um sorriso bobo e olhava distraidamente para a tela do computador, enquanto ele continuava teclando. Queria saber o motivo de seu sumiço, sua falta de notícias. Como não havia contado sobre sua partida, continuou omitindo o fato.
Conversaram por horas a fio, durante muitas noites seguidas. Ela já não saía ou estudava. Ficava conectada à internet, à espera dele. Era o melhor momento do seu dia.
Já não falavam apenas sobre as ideologias passadas, mas sobre si mesmos, suas vidas, sobre a admiração recíproca que surgira anos atrás e que não pudera ser revelada por conta de sua condição de mulher casada.
Ele, por sua vez, não falava sobre o próprio casamento. Ela, apesar de curiosa, tampouco perguntava.
O tempo todo ele tecia elogios, ora ressaltando sua inteligência e posicionamento político frente aos problemas enfrentados pelo grupo, ora valorizando seus atributos físicos. A Mulher Só, apesar de vaidosa, era tímida e não sabia como lidar com a forma direta com que ele ia ao assunto, apenas ria.
Passaram tanto tempo se desencontrando, e agora parecia que a comunicação virtual viera para facilitar as coisas, deixando-os desinibidos, sem medo. Agora, escondidos atrás da tela do computador, ambos confessaram-se e felizes pela certeza da reciprocidade de seus sentimentos, continuaram a se encontrar madrugada adentro.
Certa noite a garota francesa adentrou seu quarto e presenteou-a com uma garrafa de vinho tinto, já aberta. Encheu duas taças, brindaram e ela saiu. A Mulher Só bebeu em frente ao computador, à espera de seu amado, que não tardou a chegar.
Onde estaria sua esposa enquanto eles teclavam secretamente? Deveriam estar juntos, à mesa, na hora do jantar. Ou estaria ele de plantão no hospital? Seria ela médica também e seus horários não combinavam?
Ele começou a conversa timidamente, como de costume, perguntando como fora seu dia, e lá pelas tantas, após algumas taças de vinho, ela encheu-se de coragem e tocou no assunto, até então proibido.
- Demorei tanto a reencontrá-lo, e quando finalmente aconteceu, você estava casado... - Ele não digitou nada, seu silêncio a incomodou, então ela continuou: - Ainda bem!
- Ainda bem por quê?
- Porque do contrário eu estaria perdida... – pausa na escrita dele, ela completa: - perdidamente apaixonada por você!
Risos, muitos risos dele na tela. Dessa vez fora ela quem o deixara inibido.
Ela estava feliz e pela primeira vez, acreditava que podia entregar-se àquele amor. Mas como?
To be Continued

O que tiver de ser será...
ResponderExcluirLi ansiosamente seu texto,mas ao terminar ainda estou ansiosa e curiosa..parabéns...voce conseguiu o ponto!Lindooooo!!!!!!!!!
ResponderExcluiragora só voltando pro Brasil sil sil!!!!!!!!!!
ResponderExcluirhá gente! tô viciada nessa história!
ResponderExcluirAgora acho que acontece....rsrs A história tá cada vez melhor amiga. Bjs
ResponderExcluirAi,ai amiga. Prefiro não comentar..... beijos
ResponderExcluirE olha: sei que vai rolar!!!!
ResponderExcluirAmei a História , estou ficando viciada. Como será o proximo capitulo?
ResponderExcluirTodo mundo feliz, né?
ResponderExcluirAgora parece que a coisa vai engrenar!!!
Obrigada pela audiência!!! rsrsrs
Oba!!!
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